sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

DEUS EM MIM


Eu sou puro Amor
Fergi Cavalca
Ser solicitado para produzir um trabalho com tema livre criou um dilema: que assunto escolher? São tantos... e todos de grande profundidade, juízo e discernimento...
Finalmente optei por um que engloba um conjunto de normas e regras de uma maneira geral; para tal recorro ao grande filósofo Baruch Spinoza cujas palavras judiciosas abaixo, revelam a essência da fé em Deus, sintetizando de uma maneira simples, porém completa, o sentido de prece que nós, formas materiais evolutivas e errantes que gememos nossas dores neste planetinha que não é mais do que um cocozinho de mosca na amplidão do Universo, insistimos em pedir — muito mais do que agradecer —, enchendo os “ouvidos” do Criador com nossas lamúrias, nossas dores e nosso desespero. Na verdade o texto de Spinoza não é uma prece que elevamos ao Deus de Nosso Coração e de Nossa Compreensão, ao contrário, é o desejo Dele em relação a nós humanos imortais que nos avaliamos mortais, para que tenhamos muito mais fé e sejamos objetivos e sucintos em nossos propósitos de evolução, aceitando o pensamento do Todo como a partícula mater de nossa existência.
Vejamos o que nos diz Deus através de Spinoza:
“...Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?”
“Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo.” 
“Eu sou puro amor...”
Essa síntese maravilhosa de Deus, Justo e Amoroso, é a “Chave Mestra” que abre as portas do templo interior, do coração do iniciado e, com absoluta certeza o objeto de nossa peregrinação terrestre, principalmente o que viemos buscar ao transpor o portal da Verdadeira Luz. Esse é o propósito ao qual nos recomendamos quando escolhemos participar dos ensinamentos de qualquer doutrina iniciática ou filosófica que nos mostre a árdua caminhada em busca da tão sonhada evolução espiritual.
É no templo que se situa no íntimo, no fundo de nosso coração onde abrimos nossos olhos profanos para a Verdadeira Luz, onde invocamos o auxílio de Deus e nos cobrimos com o simbolismo próprio dos que se purificaram pela iniciação dos quatro elementos formadores, onde vamos receber lição após lição, ferramentas certas e indispensáveis para polir as asperezas de nosso caráter.
Diz-nos Albert Einstein:
Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre-se: Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor com ele você conquistará o mundo”.
Ao lermos o Evangelho confrontamo-nos com a máxima cristã “...Ama o próximo como a ti mesmo...”. Realmente não podemos conceber nenhum ensinamento que seja mais completo ao sentido evolutivo do que esse.
O amor — virtude que exaustivamente procuramos, mas nem sempre encontramos — é o epítome universal, o sumário da evolução e a síntese cósmica da Criação... O único objetivo para o surgimento da raça humana é o aperfeiçoamento dos benefícios que advém da prática dessa grande virtude; esse é o suprassumo do livre-arbítrio, do poder de escolha que diferencia o ser humano do bruto. Ao escolhermos o amor optamos pelo perdão das ofensas; nesse momento renunciamos definitivamente nossa origem animal e assumimos a condição humana, à imagem e semelhança de Deus. É a despedida do homem material e o início da gloria espiritual, a morte do profano e a ressurreição templária do ente divino. Como nos diz a oração acima: “Eu sou puro amor...” e é assim que somos!
Não quero ser mais prolixo! Talvez tenha atingido o objetivo, ou talvez não tenha, mas fica o desejo de que todos confiemos no Supremo Criador, sabendo que a obra do Inefável Ser que engendrou em sua mente a perfeição de um universo que para nós mostra-se infinito, tem objetivos e propósitos que ultrapassam os pequenos momentos materiais nos quais vivemos mergulhados.

Paz e Luz.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

SONHAR É PRECISO


Não nos prendemos ao termo. O sentido de paz é mais profundo do que a palavra. A paz é um sentimento que se desenvolve a partir de uma quietude interior, um bem-estar memorável onde o corpo e o espírito se espraiam na magnitude de uma calma infinita.
Dizia o mestre dos mestres, o sábio Jesus de Nazaré: “... ao chegardes a alguma casa saudai-a com a frase: a paz esteja convosco. Mas se não vos receberem, retirai-vos com a vossa paz e ao deixardes o local batei o pó de vossas sandálias para que nada possa conspurcar a vossa paz interior...”
Atingir o nível de paz profunda é alcançar a iluminação entrando em um estado de êxtase que libera a mente espiritual para uma perfeita comunhão com o Cósmico, que é o lugar onde se realizam os desígnios de Deus. Portanto a condição de paz é um estado que deve, constantemente, ser procurado pelo ser humano como ponto crucial da sua evolução.
Mas o sentido de paz não permanece apenas como num nível estático dentro do próprio ser. Se ele atinge vários indivíduos forma uma comunidade pacífica com ideais seguros de valores virtuosos e corretos. E aí se concretiza a forma-pensamento, concebendo e juntando-se egrégora da paz que atua contra a violência, o monstro feroz que avança perigosamente sobre a humanidade.
Falando em paz não poderíamos deixar de citar a Maçonaria: o maçom é universalista e possui um lema que é “tornar feliz a humanidade sem distinção de fronteiras nem de raças”. Mas para isso é importante plantar a semente da paz no coração das pessoas.
O ser humano é beligerante por natureza. O ensinamento cristão de dar a outra face não encontra eco nas atitudes da raça humana, em sua maioria. Em seis mil anos de história registrada através dos documentos escritos, há apontamentos nos anais da história de mais de dezoito mil guerras, o que dá um índice de, pelo menos, três guerras por ano durante todo o período da história. Para não ficarmos devendo, apresentamos como exemplos atuais, a Síria se despedaçando em luta fratricida, israelenses e palestinos numa guerra sem fim e algumas nações da África destroçando-se em combates persistentes onde a contagem dos mortos apontam números estúpidos que ultrapassam a casa dos milhões.
Desde a mais tenra idade devemos educar nossos filhos para um profundo sentido de paz, nunca para o revide e para a violência. Aquela frase machista de que o filho não leva desaforo para casa, deve ser riscada e trocada pelo ensinamento cristão do “amar ao próximo”. Sabemos que é difícil, mas é possível e até provável que, se começarmos a plantar tal semente, talvez um dia, mesmo que ele demore a vir, o pensamento humano possa transformar-se e o mundo viver em paz.
A maçonaria procura fazer a sua parte plantando a semente da paz nos corações humanos. É um plantio trabalhoso, duro, árduo, ingrato e que não encontra eco na sociedade. Temos contra nós o pensamento beligerante da maioria, dos filmes, das novelas que propagam temas de violência, vilões cruéis, vinganças e outros similares entendidos como virtudes que levam o espectador a “torcer” pela morte ou castigo do personagem “mau” e achar justas as vinganças pessoais.
O “herói” mata, destrói, arrasa, degola sob os aplausos da plateia ensandecida que grita pela destruição do hipotético inimigo criado pela imaginação dos autores que, sabendo dessa preferência sanguinária da maioria da humanidade exploram-na maciçamente porque garante sucesso de bilheteria. Mas se o mesmo “herói” leva um tiro, profusas lágrimas são derramadas desejando que a vingança seja alcançada a qualquer custo.
E quando o “mocinho” extermina centenas de índios, soldados, gângsteres, alemães, japoneses ou quaisquer outros estrangeiros rotulados de inimigos, os delírios desvairados de espectadores fanáticos mostra quão atrasados ainda nos encontramos.
Vamos pensar na PAZ... rezar todos os dias para que os povos se unam, as nações encontrem soluções para suas diferenças e que abraços substituam tiros e violência, fazendo com que a PAZ se alastre na Terra entre os homens de boa-vontade.
Vamos nos unir em torno dela.
“Ó quão bom é que os irmãos vivam em união...”

Fergi Cavalca