segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

SONHAR É PRECISO


Não nos prendemos ao termo. O sentido de paz é mais profundo do que a palavra. A paz é um sentimento que se desenvolve a partir de uma quietude interior, um bem-estar memorável onde o corpo e o espírito se espraiam na magnitude de uma calma infinita.
Dizia o mestre dos mestres, o sábio Jesus de Nazaré: “... ao chegardes a alguma casa saudai-a com a frase: a paz esteja convosco. Mas se não vos receberem, retirai-vos com a vossa paz e ao deixardes o local batei o pó de vossas sandálias para que nada possa conspurcar a vossa paz interior...”
Atingir o nível de paz profunda é alcançar a iluminação entrando em um estado de êxtase que libera a mente espiritual para uma perfeita comunhão com o Cósmico, que é o lugar onde se realizam os desígnios de Deus. Portanto a condição de paz é um estado que deve, constantemente, ser procurado pelo ser humano como ponto crucial da sua evolução.
Mas o sentido de paz não permanece apenas como num nível estático dentro do próprio ser. Se ele atinge vários indivíduos forma uma comunidade pacífica com ideais seguros de valores virtuosos e corretos. E aí se concretiza a forma-pensamento, concebendo e juntando-se egrégora da paz que atua contra a violência, o monstro feroz que avança perigosamente sobre a humanidade.
Falando em paz não poderíamos deixar de citar a Maçonaria: o maçom é universalista e possui um lema que é “tornar feliz a humanidade sem distinção de fronteiras nem de raças”. Mas para isso é importante plantar a semente da paz no coração das pessoas.
O ser humano é beligerante por natureza. O ensinamento cristão de dar a outra face não encontra eco nas atitudes da raça humana, em sua maioria. Em seis mil anos de história registrada através dos documentos escritos, há apontamentos nos anais da história de mais de dezoito mil guerras, o que dá um índice de, pelo menos, três guerras por ano durante todo o período da história. Para não ficarmos devendo, apresentamos como exemplos atuais, a Síria se despedaçando em luta fratricida, israelenses e palestinos numa guerra sem fim e algumas nações da África destroçando-se em combates persistentes onde a contagem dos mortos apontam números estúpidos que ultrapassam a casa dos milhões.
Desde a mais tenra idade devemos educar nossos filhos para um profundo sentido de paz, nunca para o revide e para a violência. Aquela frase machista de que o filho não leva desaforo para casa, deve ser riscada e trocada pelo ensinamento cristão do “amar ao próximo”. Sabemos que é difícil, mas é possível e até provável que, se começarmos a plantar tal semente, talvez um dia, mesmo que ele demore a vir, o pensamento humano possa transformar-se e o mundo viver em paz.
A maçonaria procura fazer a sua parte plantando a semente da paz nos corações humanos. É um plantio trabalhoso, duro, árduo, ingrato e que não encontra eco na sociedade. Temos contra nós o pensamento beligerante da maioria, dos filmes, das novelas que propagam temas de violência, vilões cruéis, vinganças e outros similares entendidos como virtudes que levam o espectador a “torcer” pela morte ou castigo do personagem “mau” e achar justas as vinganças pessoais.
O “herói” mata, destrói, arrasa, degola sob os aplausos da plateia ensandecida que grita pela destruição do hipotético inimigo criado pela imaginação dos autores que, sabendo dessa preferência sanguinária da maioria da humanidade exploram-na maciçamente porque garante sucesso de bilheteria. Mas se o mesmo “herói” leva um tiro, profusas lágrimas são derramadas desejando que a vingança seja alcançada a qualquer custo.
E quando o “mocinho” extermina centenas de índios, soldados, gângsteres, alemães, japoneses ou quaisquer outros estrangeiros rotulados de inimigos, os delírios desvairados de espectadores fanáticos mostra quão atrasados ainda nos encontramos.
Vamos pensar na PAZ... rezar todos os dias para que os povos se unam, as nações encontrem soluções para suas diferenças e que abraços substituam tiros e violência, fazendo com que a PAZ se alastre na Terra entre os homens de boa-vontade.
Vamos nos unir em torno dela.
“Ó quão bom é que os irmãos vivam em união...”

Fergi Cavalca

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