Não
nos prendemos ao termo. O sentido de paz é mais profundo do que a palavra. A
paz é um sentimento que se desenvolve a partir de uma quietude interior, um
bem-estar memorável onde o corpo e o espírito se espraiam na magnitude de uma calma
infinita.
Dizia
o mestre dos mestres, o sábio Jesus de Nazaré: “... ao chegardes a alguma casa
saudai-a com a frase: a paz esteja
convosco. Mas se não vos receberem, retirai-vos com a vossa paz e ao
deixardes o local batei o pó de vossas sandálias para que nada possa conspurcar
a vossa paz interior...”
Atingir
o nível de paz profunda é alcançar a iluminação entrando em um estado de êxtase
que libera a mente espiritual para uma perfeita comunhão com o Cósmico, que é o
lugar onde se realizam os desígnios de Deus. Portanto a condição de paz é um
estado que deve, constantemente, ser procurado pelo ser humano como ponto
crucial da sua evolução.
Mas
o sentido de paz não permanece apenas como num nível estático dentro do próprio
ser. Se ele atinge vários indivíduos forma uma comunidade pacífica com ideais seguros
de valores virtuosos e corretos. E aí se concretiza a forma-pensamento,
concebendo e juntando-se egrégora da paz que atua contra a violência, o monstro
feroz que avança perigosamente sobre a humanidade.
Falando
em paz não poderíamos deixar de citar a Maçonaria: o maçom é universalista e
possui um lema que é “tornar feliz a humanidade sem distinção de fronteiras nem
de raças”. Mas para isso é importante plantar a semente da paz no coração das
pessoas.
O
ser humano é beligerante por natureza. O ensinamento cristão de dar a outra
face não encontra eco nas atitudes da raça humana, em sua maioria. Em seis mil
anos de história registrada através dos documentos escritos, há apontamentos
nos anais da história de mais de dezoito mil guerras, o que dá um índice de,
pelo menos, três guerras por ano durante todo o período da história. Para não
ficarmos devendo, apresentamos como exemplos atuais, a Síria se despedaçando em
luta fratricida, israelenses e palestinos numa guerra sem fim e algumas nações
da África destroçando-se em combates persistentes onde a contagem dos mortos
apontam números estúpidos que ultrapassam a casa dos milhões.
Desde
a mais tenra idade devemos educar nossos filhos para um profundo sentido de
paz, nunca para o revide e para a violência. Aquela frase machista de que o
filho não leva desaforo para casa, deve ser riscada e trocada pelo ensinamento
cristão do “amar ao próximo”. Sabemos que é difícil, mas é possível e até
provável que, se começarmos a plantar tal semente, talvez um dia, mesmo que ele
demore a vir, o pensamento humano possa transformar-se e o mundo viver em paz.
A
maçonaria procura fazer a sua parte plantando a semente da paz nos corações
humanos. É um plantio trabalhoso, duro, árduo, ingrato e que não encontra eco
na sociedade. Temos contra nós o pensamento beligerante da maioria, dos filmes,
das novelas que propagam temas de violência, vilões cruéis, vinganças e outros
similares entendidos como virtudes que levam o espectador a “torcer” pela morte
ou castigo do personagem “mau” e achar justas as vinganças pessoais.
O
“herói” mata, destrói, arrasa, degola sob os aplausos da plateia ensandecida
que grita pela destruição do hipotético inimigo criado pela imaginação dos
autores que, sabendo dessa preferência sanguinária da maioria da humanidade
exploram-na maciçamente porque garante sucesso de bilheteria. Mas se o mesmo “herói”
leva um tiro, profusas lágrimas são derramadas desejando que a vingança seja
alcançada a qualquer custo.
E
quando o “mocinho” extermina centenas de índios, soldados, gângsteres, alemães,
japoneses ou quaisquer outros estrangeiros rotulados de inimigos, os delírios
desvairados de espectadores fanáticos mostra quão atrasados ainda nos
encontramos.
Vamos
pensar na PAZ... rezar todos os dias para que os povos se unam, as nações
encontrem soluções para suas diferenças e que abraços substituam tiros e violência,
fazendo com que a PAZ se alastre na Terra entre os homens de boa-vontade.
Vamos
nos unir em torno dela.
“Ó
quão bom é que os irmãos vivam em união...”
Fergi
Cavalca
Nenhum comentário:
Postar um comentário