ALERTA
AOS JOVENS
Durante
uma boa parte da minha vida trabalhei como professor lecionando para a adolescência
e juventude. Nesse importante mister constatei que grande número de meus alunos,
quase sempre meninos e moços de boa família, esqueciam-se dos melhores
propósitos educacionais e geralmente transformavam-se em reféns da tecnologia
em detrimento de um conceito de vida mais elevado e pleno. As redes sociais, não
obstante, cumpram o papel de aproximar pessoas, paradoxalmente afastam-nas do
estudo, do conhecimento e da cultura. É o processo engendrado por George Orwell
em seu livro 1984, com a novilingua,
o duplipensar, o Big-brother e o pérfido dístico do partido que diz: guerra é
paz; liberdade é escravidão; ignorância é força. Evidentemente
Orwell nos assinala com outros fatores alienantes que na sua visão futurística todos,
sem exceção, visam o embrutecimento gradativo da massa.
E
essa observação se estende genericamente, mostrando uma tendência global na
qual o jovem se isenta da autoestima que o dignifica e se entrega a situações
estranhas à sua natureza, pouco ou às vezes nada recomendáveis. Isso vai contra
seu papel como ser humano, em sua escalada progressiva e tirando-o da vanguarda
da importante missão planetária que lhe é imputada no limiar desse século XXI. Na
verdade, é impressionante a falta valores de foro íntimo, domésticos ou
essenciais, tais como educação, cultura, solidariedade, família, participação
comunitária, civilidade, e outros que seriam convenientes serem ministrados sob
as paredes do lar contribuindo com a construção de um status de vida mais humanitário,
contrariando o rumo que as coisas tomaram.
A
geração do porvir ainda não sente os sintomas da profunda ferida que se alastra
por todas as nações da Terra! Esta clama desesperada por providências drásticas
que possam, enfim, curá-la; mas em vez de lutarem por um planeta melhor, a juventude
distancia-se e fica gradativamente à margem do processo, longe da formação
psicológica e social desejável para o adolescente hodierno. Mas se formos
analisar melhor, não são eles os maiores culpados. Foi a geração anterior que
errou, a nossa, que não soube transmitir valores cabíveis para o momento único
pelo qual estamos passando.
Ora,
sabemos que o progresso humano se faz através de renovação de valores; o novo
tende a substituir o velho! Nesse ponto reside a importância da mocidade no processo
crítico e decisivo pelo qual passa a humanidade; e o processo termina dando-nos
uma grande preocupação, uma dor de cabeça enorme, visto que com a débâcle
cultural o jovem perde inexoravelmente a sua memória ancestral; a cada dia vai-se
olvidando um pouquinho mais o contato com o passado, deixando de auferir o
precioso conhecimento dos filósofos, luminares, exemplos ou vultos de outrora. Infelizmente
isso gera um fato que, sem dúvida, nos sonega inúmeras informações de
relevância da nossa história. Essa ação vai pouco a pouco solapando o edifício
cultural humano e traz em seu bojo riscos iminentes de desmoronamento social e
moral.
Por
outro lado, assistimos com pesar o crudelíssimo aumento da violência, do
hedonismo, do egotismo, da falta de objetivo e do esvaziamento mental, devido à
carência de interesses pelos assuntos que se reportam ao espírito. O corpo,
esse sim, vem assumindo invariavelmente um super papel de altar principal onde
se cultua a deusa vaidade com todos os rituais que ela exige; e haja academias,
salões de beleza, fisiculturismo, plásticas estéticas, lipoaspirações,
silicones espalhados pelo corpo... Não que isso seja ruim, mas provoca uma tendência
a substituir objetivos sérios por situações fúteis que induzem a tolices cada
vez maiores. Mas o que fazer? É preciso inventar algo que desperte interesse,
que prenda a atenção e altere esse quadro, com pressa, mas sem afobação, para
não cairmos novamente no absurdo de constituir uma comunidade descompromissada com
seu próprio futuro, seja individual ou grupal.
Durante
a minha caminhada na vida, algumas pessoas que me conhecem e sabem do meu
interesse e dedicação ao estudo do esoterismo, pediram até com alguma
insistência, que eu estudasse a possibilidade de ministrar um curso para
ensinar como obter a “chave mestra” do hermetismo, capaz de abrir todas as
portas do templo. Entretanto afirmo sem qualquer receio de errar, que essa
chave já está ao alcance de qualquer pessoa que queira utilizá-la. Não há a
mínima necessidade de cursos diretivos e especializados; é preciso sim, que
alguém com paciência e prática suficiente para fornecer ensinamentos, mostre ao
mundo uma necessidade de se melhorar o caráter das pessoas. Outro dia li uma
frase que dizia: “Em lugar de deixar um
planeta melhor para nossos filhos, deveríamos nos preocupar em deixar filhos
melhores para o nosso planeta”. Sirvo-me dela como um aviso de alerta
importante para o futuro.
O
ser humano deve lutar para atingir um estágio de quietude e paz interior, um
esclarecimento objetivo, uma orientação básica suficientemente ilustrativa do
verdadeiro papel que vamos representar na intrincada peça da vida. E finalmente
entender que é preciso esquecer de vez qualquer recompensa pessoal e dedicar-se
mais a melhorar os índices coletivos; essa é a condição “sine qua nom” para se atingir a meta proposta a um planeta decente.
A
tão procurada “chave mestra” passa agora a situar-se dentro do coração de cada
um! O essencial para o ser humano progredir encontra-se, indubitavelmente, no
seu comportamento ético e moral, no estudo e observação sistemática de
fenômenos naturais, no procedimento frente à sociedade e à família... isso, sem
qualquer sombra de dúvida, sobrepujará fórmulas secretas e mirabolantes, ou
conjuras mágicas e cabalísticas que invoquem momentos sobrenaturais tão ao
gosto do neófito exigente, mas bastante avesso ao verdadeiro buscador que
peregrina pela senda à procura da Verdadeira
Luz
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